Vinho pode reduzir o risco e a gravidade da artrite
A artrite afeta um número estimado de 1 por cento da população mundial
Um estudo britânico descobriu que pessoas que ingerem bebidas alcoólicas mais de 10 dias por mês, são menos propensas a desenvolver artrite.
Um novo estudo sugere que o consumo regular de álcool reduz o risco de desenvolver artrite reumatóide e pode diminuir os sintomas da doença para aqueles que já sofrem com isso.
Os autores do estudo, uma equipe de médicos da Universidade de Sheffield, Reino Unido, dizem que os resultados ainda são limitados, mas que poderiam levar a novas pesquisas valiosas para limitar esta condição dolorosa, muitas vezes incapacitante, que a artrite ocasiona.
A artrite afeta um número estimado de 1 por cento da população mundial, atacando articulações com inflamação dolorosa.
A causa é desconhecida. O consumo moderado de álcool é conhecido por ajudar a reduzir a inflamação, e estudos anteriores demonstraram que o álcool pode reduzir o risco de artrite em roedores.
O estudo, publicado no site da revista Rheumatology, tem um olhar mais atento aos efeitos do álcool. O time de Sheffield analisou 1.877 voluntários Sheffield dos quais 873 tiveram artrite diagnosticada há no mínimo 3 anos, e 1.004 eram indivíduos saudáveis.
Eles mediram os níveis de inflamação no osso e cartilagem por meio de radiografias e pediram aos participantes para preencher questionários sobre seus hábitos de estilo de vida.
Descobriram então que as pessoas que não ingeriam bebidas alcoólicas, eram quatro vezes mais propensos a desenvolver artrite do que pessoas que beberam álcool em mais de 10 dias por mês. Aqueles que possuíam artrite e beberam, tiveram seus níveis de inflamação reduzidos.
O estudo tem limitações, porém. "Nós estudamos freqüência de álcool, ao invés de quantidade exata, e não podemos distinguir entre diferentes tipos de bebida", diz o autor Dr. James Maxwell.
As questões relacionadas ao álcool são muito amplas!
Os que bebiam foram questionados sobre a periodicidade com a qual ingeriam álcool, se de 1 a 5 dias por mês, de seis a 10 ou mais de 10.
"Seria perfeitamente possível que uma bebida distinta teria efeitos mais fortes ou mais fracos, com base nos outros componentes da bebida alcoólica", afirma Maxwell.
Mas nesta fase, ele acrescenta: "Seria totalmente especulativa com base em nossos resultados sugerir que o vinho seria melhor do que cerveja ou bebidas destiladas".
Ainda assim, os autores dizem que os resultados são promissores.
"Eu digo a meus pacientes que uma pequena quantidade de álcool consumida de forma responsável em 2 a 3 dias por semana, é improvável que seja nocivo", diz Maxwell, que também é um reumatologista em Rotherham Hospital.
Qualquer recomendação mais forte terá que esperar para estudos posteriores.
Fonte: Gustavo Kauffman